Festa de comemoração de 5 anos de emprego e a amiga lésbica

Quero contar algo aqui que me aconteceu enquanto o meu blog estava fechado lá em 2020, 3 anos atrás:

Para quem não sabe, a firma onde eu trabalho tem o costume de dar uma festa para comemorar os 5 anos que a pessoa conseguiu durar nele e eu fui um dos que conseguiram , mesmo aos trancos e barrancos, eu tinha direito a levar um acompanhante (olha o deboche da vida…)

Eu tinha uma amiga lésbica que nos seus primeiros dias de trabalho na mesma empresa ela já havia manifestado o interesse dela em participar dessa festa, então 5 anos antes ela havia me pedido muito para que eu, assim que completasse os 5 anos, a chamasse como acompanhante para irmos na festa.

Essa menina lésbica era super descolada, adorava puxar assuntos com todos, ela era do tipo alegre e manipuladora, era uma lésbica mais feminina no jeito, mas não nas brincadeiras pesadas que ela fazia com os meninos heteros que se iludiam em come-la. (eu queria escrever “comer ela” mesmo, mas é errado, né?) Essa menina tinha uma namorada , a namorada dela era mais riquinha , estudava na FIAP, enfim, qualquer um é sempre superior a mim em tudo, normal!

Pois bem, os anos se passaram e essa menina foi mandada embora e eu continuei, passaram-se mais alguns meses e a firma me convidou para a festa dos 5 anos exigindo que eu fosse com trajes diferentes do que eu uso no dia a dia, no caso pediram esporte fino.

Bom, na minha vida ostracista eu nunca me preocupei em usar roupas mais sofisticadas pois ninguém me chama pra nada mesmo, como eu fico deprimido por nunca ter conseguido alguém que eu realmente gostasse sexualmente, acabo relaxado e não ligo pra nada, as vezes nem pra higiene eu ligo, assumo! Então eu tive que gastar um pouco comprando algumas roupas, comprei logo roupas algumas sociais, como eu nunca bato metas na minha empresa por eu não me sentir motivado graças a minha falência sexual, eu nunca tive roupas de cargos maiores, a minha vida toda eu fui um peão falido, onde já se viu eu andar com aquelas roupas sociais usando aqueles sapatos horríveis de madeira que dão aflição e medo de escorregar e cair? Comprei as roupas, não me senti bem com elas, mas comprei.

Lembrei da minha amiga lésbica e disse que a época da festa estava chegando e se ela queria ir, ela adorou e topou.

Eu nunca gosto de chamar ninguém pra nada, afinal, homem heterossexual quando você chama, eles não querem andar com você na rua ou andam bem mais rápido deixando você para trás para não pensarem mal deles. Já as mulheres, quando você chama, elas falam que vão mas no dia de irem inventam 400.000 motivos para não irem, o mais comum deles é que elas precisam fazer a eterna faxina no lar delas ou limpar o banheiro! Pra não passar raiva então eu não tem hábito de convidar ninguém pra sair, sempre vou onde quero sozinho com a cara e a coragem, não tenho amigos nessa condição que nasci!

No dia da festa, lembrei a minha amiga dos trajes que ela deveria usar , eramos para estar lá às 19h30, ela me disse que iria de Uber.

O local da festa era num local já conhecido meu, era lá onde aquele advogado da ostentação famoso do TikTok, o dr Nelson Willians fica, lá no World Trade Center da av Nações Unidas na marginal, perto também do apartamento do chamativo macho Dj Alok.

Pois bem, como era de se esperar, a minha amiga lésbica inventou uma desculpa e me deixou chupando dedo: ela disse que a namorada dela estava com coronavirus internada e por isso achava que não poderia ir. Mais uma vez eu me senti um otário! Caras, vocês que são gays que gostam de hétero, prefira chamar um homem hetero para sair do que uma mulher, chamar mulher pra sair é um atraso de vida, até as sapatonas, meu pai!

Então tá, já estava meio que adivinhando que ela não iria, afinal ninguém no planeta quer estar ao lado de um viado pobre, sem sexo, sem status e poder mesmo, ela não seria exceção. Ok, aceitei que ela não foi e foda-se! Eu fui sozinho!

Chegando lá, uma loira com um sorriso forçado me conduziu no condomínio para eu chegar onde devia, como eu não sou acostumado com eventos sociais, eu estava com o convite na mão e sem saber onde enfiá-lo, até hoje estou com ele.

Ao chegar no andar da “festa”, tive que me identificar numa fila enorme, o local só tinha casal e eu lá sozinho, me senti super MAL, o pior, todos os homens ficavam me olhando com ódio, tinha um que me olhou tão feio que eu não sabia se era racismo ou homofobia, provavelmente as duas coisas para variar…

Amigos? Só os da onça!

Então ao entrar naquele prédio com a cúpula redonda , descobri que improvisaram um restaurante enorme com luzes negras para nós, eu poderia escolher a mesa para eu ficar, tinha várias vazias, na mesa tinha umas velas, uns petiscos de sei lá o que e umas batatas fritas estranhas que mais pareciam enfeites, pedi vinho para acompanhar, me sugeriram acompanhar o vinho com água para eu não ficar bêbado. Aceitei.

Bom, me senti um alienígena que desceu na terra: eu estava com roupas que eram bonitas mas que eu não gostava e um sapato que me tirava toda agilidade , talvez fosse bom pra quem usasse carro mas não pra mim , filho de uma prostituta e neto de escravos, o ser humano que ninguém quer ver por perto!

Bom, descobri nesse dia que eu virei anti-social, de tanto eu ser escorraçado da sociedade, de tanto eu ser maltratado pelos menininhos mágicos, de sucesso e bonitinhos que eu gosto, acabei desenvolvendo pavor de pessoas, se forem normais eu fico desconfortável, se forem bonitas, eu fico em pânico total como se fosse ter todos os foras que levei na vida de uma vez só.

Então para a minha infelicidade as outras mesas foram lotando uma a uma, só foi sobrando a minha mesmo, então surgiu um casal do nada e foi logo se sentando à minha mesa, me senti mal, sabe aquela sensação de quando tem um monte de lugar vazio dentro da porra do ônibus mas um noia filho da mãe puta decide se sentar ao seu lado? Foi bem isso!

O casal ficava com aqueles papinhos de casal que pra mim é de outro mundo, de outra esfera , de outra galaxia. Casal, sexo, amor, paixão, relacionamento, essas merdas nunca aconteceram na bosta da minha vida eterna nesse lixo de planeta! Mas enfim, o planeta é deles, dos heteros, cabe a mim ter que me sujeitar ao estilo de vida deles se eu quiser manter o meu trabalho e um mínimo de paz.
A mulher que fazia parte do casal ficou me olhando, depois o marido velho dela ficou me encarando por horas, eles aparentavam ter uns 50 anos também e o olhar do homem me dizia para sair da li, era algo agressivo.

Depois chegaram mais outros dois casais, eu fiquei SUPER SOBRANDO, me senti um lixo humano, os dois homens ficaram me olhando com ódio gratuito, mesmo eu estando arrumadinho e sem cheirar mal, a única coisa estranha que estava comigo era o tal do convite enorme que eu trazia nas mãos não sabia onde enfiá-lo! Eu fazia cara de egípcia e fazia força para não ligar para os olhares de ódio que eu recebia, sabe quando te olham fixo com a clara intenção de lhe constranger? Credo! Nem na Europa que é naturalmente racista fizeram isso comigo!

No telão, os donos da festa diziam que teríamos um jantar delicioso e no final iríamos ganhar uma super lembrança que seria uma surpresa. Bom, eu estava esperando um chaveirinho daqueles bem vagabas, por isso nem liguei para a tal lembrança, enchi a cara de vinho, fiquei meio tonto, fingi que fui ao banheiro e NUNCA MAIS VOLTEI! Peguei a marginal e de noite triste e de porre, fui me “consolar” curtir a fossa na porta do prédio do Dj Alok, afinal gente que nem eu, quando acha um cara bonito, só sobra isso mesmo, passar pela porta de serviço dele e nada mais. Dali eu fui embora para nunca mais voltar.

A lição que fica é: você que é gay que nem eu que tem essa doença maldita de só gostar de mocinhos heterossexuais legítimos, saiba, quando te falarem no convite de uma festa que você pode trazer um acompanhante, saiba que isso é um eufemismo para “SÓ VENHA SE VOCÊ FAZER PARTE DE UM CASAL HETEROSSEXUAL”.

Você que é igual a mim, FUJA de festas onde autorizam que você traga um acompanhante, isso é festa pra gente casada, heterossexual e cis. Não vá!!!!
Prefira ir a um centro espírita kardecista, uma macumba ou a uma igreja evangélica, mas não vá num lugar desse, as cobras ficarão te olhando querendo de fulminar com os olhos.

A gente que é gay, tem que ficar em casa ouvindo historinha de gente que disse que saiu do corpo viu espírito ou vendo xvídeos e mais nada. Esse mundo não é nosso! É deles!

Minha “amiga” lésbica foi bancada pela namorada de classe média dela para ir brincar viajando pra França e Inglaterra por alguns dias, me pergunte se alguém me chamou mesmo por educação? Claro que não!

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