Não jogue o seu dinheiro e tempo no lixo contratando um psicólogo achando que ele irá resolver o seu problema que é gostar de homens heterossexuais. O psicólogo se forma em faculdades que nem explicar direito a eles o que é homossexualidade elas fazem, ainda mais se a homossexualidade for diferenciada como é o caso da nosso: gays que gostam EXCLUSIVAMENTE de héteros com H maiúsculo. Eu afirmo isso porque eu já procurei a ajuda de psicólogos e psiquiatras para esse problema maldito. Eu vou aqui explicar a minha experiência com esse assunto para vocês entenderem que não se trata de pirraça.
Bom, a minha primeira experiencia em procurar ajuda para a saúde mental foi quando eu levei aquele fora do menino albino que eu gostava lá no Mackenzie a uns 18 anos atrás. Eu estava cansado de toda a minha vida gostar de pessoas e eles nunca me correspondem sexualmente ou afetivamente enquanto a minha mãe , meus amigos e outros parentes transavam com facilidade com quem queriam. Imagine que baque menta: você nunca ser correspondido por ser humano maldito algum e só de sacanagem nascer no meio de familiares que têm uma vida sexual farta, pra absolver esse impacto eu procurei ajuda médica.
É importante lembrar que algumas pessoas que alardeiam por aí que querem ir ao psicólogo, na verdade querem carinho ou querem chamar a atenção dos outros para um problema grave que ela tem medo de contar, afinal, se você fala que deseja ir à psicólogo a alguém, esse alguém provavelmente irá lhe perguntar o motivo e ao escutá-lo, esse alguém terá a chance ou não de também agir como um psicólogo.
Apos eu levar o fora do menino albino sol do Mackenzie, eu fiquei na minha casa revoltado e triste, para pedir ajuda a minha mãe puta, falei a ela que eu queria arrumar um psicologo pois eu sabia que ela iria querer ter detalhes do motivo, e realmente eu estava certo, falei que queria ir ao psicólogo e ela quis saber o porquê, falei que gostava de homens héteros e acabei assumindo a minha homossexualidade: A minha mãe me disse que já desconfiava um pouco e que eu iria sofrer muito. Depois disso ela cagou e andou pra mim e se achou no direito de contar as 1001 aventuras sexuais dela. Cortei. Afinal o meu maior problema era e é justamente me sentir um lixo por eu nunca ter uma relação afetiva ou sexual com um ser vivo que me agradasse em toda a galaxia. Minha mãe se abrir sobre a sua vida sexual para mim, era o mesmo que uma criança rica ficar falando o quão divertido é ir para Disney, para uma criança que mora na rua e nem tem o que comer direito. São mundos que geram ofensa ao compararem as suas realidades. Não dá!
Então eu decidi ir ao psiquiatra lá no Hospital das Clínicas em São Paulo. Cheguei ao hospital e me senti uma pessoa esquisita, alem de não gostar da infraestrutura de atendimento do local, entrei em uma sala cheia de pessoas que eram distraídas por uma televisão no teto. O local era tipo uma plateia, um médico e uma médica sentados à mesa lá na frente , enquanto isso todas as pessoas sentavam em umas 50 cadeiras de frente à mesa dos médicos. O que era mais constrangedor era ser entrevistado ali na frente de todo mundo, a única barreira para ninguém ficar prestando atenção no que eu falava com o psiquiatra era a TV e mais nada. Quando os médicos notavam que alguma pessoa da plateia de espera , ao invés de se distrair com a programação exibida pela TV, ficava prestando atenção na anamnese aleia, eles olhavam com um olhar fixo e recriminador para a pessoa curiosa se constranger e voltar a fingir que via a TV novamente, a TV e o olhar feio dos médicos eram as únicas coisas que tentavam dar um ar de privacidade à consulta. Ali mais parecia um mini teatro: a consulta os médicos ficavam no palco e os pacientes na plateia.
Eu nunca vi isso! Mas enfim, eu estava tão triste por gostar de heteros e mais heteros e sempre acabar sendo desprezado, humilhado e marginalizado por eles que eu estava topando qualquer coisa para me ver livre dessa situação amaldiçoada. Eu não podia ver qualquer rapaz bonito e hetero na rua que logo eu me deprimia, até hoje eu sou assim, mas naquele dia eu estava disposto a enfrentar tudo para me curar.
Eu fiquei muito nervoso no Centro de psiquiatria do Hospital das Clínicas , eu estava suando frio em imaginar que em breve eu iria para a mesa do doutor ser entrevistado e eu teria que dizer , rodeado por um monte de gente estranha, que eu era viado e que eu não queria ser mais.
Bom, chegou a minha vez, eu fui pra mesa do doutor e o questionei baixinho sobre aquele monte de pessoas me vendo e se eu deveria contar as minhas particularidades ali, perguntei se não tinha uma sala só para isso. O doutor falou para eu não me preocupar pois as pessoas estavam vendo TV…
Então eu comecei a falar com o psiquiatra usando um tom de voz baixo para que só ele escutasse o que eu queria dizer, eu achei que ele estava ali só para mim e comecei a me abrir, por ironia sarcástica do destino surge no meio da anamnese um office boy para entregar uns documentos ao doutor, o office boy era hétero, branquinho, cabelo bem preto, olhar bem vivo e do jeito que eu gostava! Porra! Caralho! Eu estava ali justamente para me curar de gostar de homens e aí me surgia um cara que me atraia e que foi interromper justamente a minha entrevista, eu acho até que ele escutou que eu era viado. Você vai no hospital pra se livrar de uma doença e a doença te persegue dentro do hospital, é uma lástima! O office boy e o médico ficaram conversando e logo ele jovem atraente foi embora. Se eu já estava deprimido, tive motivos para ficar mais deprimido ainda! Então o psiquiatra me disse que o que eu queria não existia: deixar de ser homossexual. Ele me disse que quem ia ali procurar ajuda eram pessoas que
estavam “de bode”, então eu perguntei a ele o que era estar “de bode”, ele me disse que estar “de bode” eram pessoas que ficavam seis dias na cama sem querer comer, tomar banho e se levantar e que o meu caso não era esse. Ele me contou que não existia tratamento para eu deixar de gostar de rapazes. Falei que estava tudo OK , me despedi daquele lugar estranho e fui embora chateado.
Não satisfeito eu fui procurar ajuda psicológica na PUC de Perdizes, dessa vez eu procurei uma psicóloga para fazer uma terapia: a primeira entrevista era para saber qual linha psicológica eu gostaria que usassem comigo
(freudiana, junguiana entre outras) , não lembro qual eu escolhi mais, mas escolhi.
Depois de alguns longos meses a PUC de Perdizes me chamava via carta para eu comparecer ao tratamento.
Cheguei ao tratamento na PUC, a terapeuta era uma mocinha loira bonita, fiquei imaginando o quanto ela era feliz com namorados e eu não. A moça estava sentada, me chamou pelo nome, ela ficou sentada, me tratou muito bem, tinha um sorriso educado no rosto e me olhava nos olhos de forma perturbadora e mais nada, não sei se era intencional ou não, mas ela apenas me olhou nos olhos, com um olhar quase obsceno e apenas me perguntou “e aí?”.
Comecei a falar de mim para me livrar daquele olhar dela, ela ficava tomando nota de algumas coisas que eu comentava. Como eu sou uma pessoa carente com uma auto-estima baixa por nunca ter sido realizado sexualmente e afetivamente, comecei a me sentir importante em ficar sendo entrevistado, falar de mim, falar e falar, eu me sentia até uma pessoa importante. Aff! Justo eu, uma pessoa tão insignificante , eu estava ali contando sobre mim.
Falei pra ela que eu gostava de heterossexuais e que eles nunca gostavam de mim, falei que eu causava nojo nas pessoas que eu gostava e que sempre na minha vida era assim e que por isso eu era virgem.
A terapeuta só me escutava, poucas vezes ela intervinha, eu só falava. Mas um dia, eu ao sair do consultório da PUC, em frente havia um prédio cheio de rapazes na porta , justamente aquele tipo de rapazes que tanto me faziam sofrer e que me atraiam demais. Porra! Mais uma vez o destino gozava da minha cara! Colocava em frente ao local que eu buscava ajuda, pessoas que me faziam deprimir. Perdizes até hoje é um bairro em São Paulo que é cheio de homens da realeza heterossexual, aqueles caras que você olha e sabe que nunca, mas nunca mesmo eles dariam confiança para você mas você sim daria a vida por eles. Infelizmente.
Então na próxima sessão eu contei à terapeuta o fato de eu ter encontrado esses rapazes em frente ao consultório, ela me questionou brevemente sobre isso. Bom, fiquei triste de ver aqueles rapazes heteros bonitões em frente ao local que eu me consultava e então eu desisti e abandonei o tratamento, fiquei até com pena pois a terapeuta mandava cartas para a minha casa para continuarmos o tratamento. Eu não retornei mais lá. Ver aqueles rapazes estava me deprimindo mais do que me ajudando.
Depois de alguns anos eu fui a um psicólogo que existia ali na Peixoto Gomide, ele era um psicólogo ligado à igreja que ficava também ali em frente, na época existia um colégio religioso ali onde ele usava como consultório, o colégio religioso era grudado no prédio onde ele morava. O local onde ele dava consultas era muito tranquilo afinal o coleǵio onde ele nos atendia, no horário da tarde não tinha aula, ou seja, o prédio todo era só nosso. Bem diferente da experiencia constrangedora que tive no hospital das clínicas.
O psicólogo da igreja tinha uma pilha de CDs dos Beatles e gostava de colocar para os seus pacientes ouvirem enquanto fazia as suas sessões, ele me perguntou se eu gostava de Beatles , eu disse que não e que preferia o silêncio do que ter música de fundo para me distrair. Então esse psicólogo me pediu um momento para ele ir ao banheiro, ele foi e naquele prédio sozinho, eu o escutei de longe mijando feito uma vaca. Achei muito esquisito mas deixei pra lá.
Ele me perguntou qual era o meu problema, eu disse que era gay e só gostava de homens heteros e não gays. Ele respondeu de forma bem descontraída e gozada que iria fazer eu gostar! Fiquei perplexo mas fingir estar tudo ok.
Depois de eu contar sobre eu ser homossexual e gostar só de homens heterossexuais , sem nenhuma exceção, ele me perguntou se eu poderia ajudar uma paciente dele.
Perguntei o porquê?
Ele me disse que uma de suas pacientes reclama que o seu namorado não lhe dava tanta atenção como ela gostaria que desse e que se ela soubesse que que eu nunca nem se quer namorei ou tive a mínima atenção de alguém, ela iria se consolar.
Eu não aceitei, afinal de contas eu queria que ela se ferrasse, afinal ela tinha buceta, mais cedo ou mais tarde ela iria encontrar algum traste para pegar no pé dela, enquanto isso, eu só serviria para ajuda-la enquanto eu continuaria na pior. O psicólogo respeitou a minha negativa e eu fui embora, decidi não voltar mais ali também por achar aquele psicólogo muito pouco formal. Pode ser preconceito meu mas eu não quis voltar mais lá.
Cada vez mais a ver que colocar a minha vida na mão dos outros achando que eles iriam me ajudar a resolver alguma coisa era um ledo engano.
Depois fui um centro psiquiátrico da Vila Mariana, fiquei um tempão lá na espera no meio de outros pacientes, dessa vez eu queria tentar curar a instabilidade emocional que eu tinha ao ver um cara heterossexual que me dava paixão, sempre quando eu me apaixono, ao ver a pessoa que eu gosto, eu tenho quase todos os sintomas de um AVC (acidente vascular cerebral) alem de ficar muito inseguro. Fiquei esperando ser chamado na sala de espera, la havia pessoas gritando e tendo surtos psicóticos engraçados, alem de ter outras pessoas com manias estranhas.
Fui atendido por um psiquiatra que fez uma entrevista comigo, ele me perguntou se eu ouvia vozes, eu disse que sim pois eu não era surdo. Então conversamos bastante, aproveitei que ali era a Vila Mariana e até me lembrei de falar com ele sobre Diogo. Psicólogos e psiquiatras mais ouvem do que falam, eles são muito bons pra ficarem lhe encarando de forma constrangedora, isso sim.
Então no meio da conversa expliquei a esse psiquiatra que eu era homossexual passivo sem nunca ter feito sexo e que eu gostava apenas homens heterossexuais, para a minha sorte, o psiquiatra que me entrevistava parecia uma bicha não assumida, então eu me sentia a vontade em me abrir com ele(a) , porem quando eu falei que era passivo sem nunca ter feito sexo e que eu gostava apenas de rapazes naturalmente heterossexuais, ele não entendeu ou se fez de rogado e me pediu permissão para chamar o DIRETOR do hospício. Ops! Eu quis dizer “Centro Psiquiátrico”. Sim, ele quis chamar o diretor do hospital para me conhecer e entender mais, eu me senti o próprio ET de Varginha caído na terra e recolhido para estudos. Bem, na verdade eu queria isso mesmo, ser estudado, pois parece que é só eu de gay no universo que gosta exclusivamente de heterossexuais. Então eu permiti ele chamar o tal diretor e toda a sua equipe de psiquiatras. Para um viado sem carisma como eu, aquilo era o máximo.
Então o diretor chegou, ele usava óculos fundo de garrafa e tinha um olhar de doido, inclusive no meio da conversa, sem querer eu usei a palavra “doido” para me referir a alguma coisa que eu esqueci e ele levou aquela palavra ao pé da letra e me questionou em tom recriminatório duas vezes sobre o uso que eu empreguei daquela palavra. Então a minha dica é: nunca use a palavra “doido” para um psiquiatra pois eles interpretam de forma literal e séria a palavra, como se fosse um xingamento.
Bom, no final me receitaram fluoxetina pois esse era um inibidor da capitação da serotonina no meu cérebro e aí eu provavelmente ficaria estranho nos primeiros dias mas depois iria ficando normal e estável. Na primeira vez ele me receitou 5 gostas, retornei ao psiquiatra e ele me perguntou se surtiu efeito, falei pra ele que não senti melhora ou piora alguma, aí ele me receitou 10 gostas, retornei e ele me perguntou se havia feito efeito, informei que não senti absolutamente nada, aí ele receitou 20 gostas, tomei, não senti porra nenhuma de melhora ou mudança.
Abandonei o tratamento e comecei a sentir que eu é que tinha que gerenciar a minha vida, pois embora fosse muito gostoso ser o centro das atenções, aquilo estava me levando de nada pra lugar algum. Mandei todo mundo tomar no cu e abandonei o tratamento placebo.
Nesse mesmo centro psiquiátrico teve uma vez que eu pedi para evitar um médico psiquiátrico lá pois ele andava de gorro tipo Diogo, era todo heterozinho metido a rapper , mauricinho e bonitinho, eu havia falado ao primeiro psiquiatra que eu não queria ser tratado por esse cara pois ele havia me sexualizado.
Imagine: vou com depressão pra uma desgraça de local para me curar de me sentir mal e desprezado por heteros e de repente o meu médico poderia justamente ser tipo de cara que eu gosto! Ah não! Impedi essa desgraça antes mesmo dela acontecer!
Resumindo, os psicólogos irão apenas lhe olhar nos olhos ou ficar em silêncio de forma a lhe constranger para você saia falando algo de você feito tagarela num tratamento que pode durar anos sem efeito algum. Os psiquiatras irão lhe encher de remédios, pode ser que tenha efeito melhor, mas todo remédio tomado por vários anos, acaba criando outros tipos de problemas. Nenhum deles entende direito o que é homossexualidade, eles apenas se amarram ao sentido linguístico da palavra homossexual que quer dizer gostar do mesmo sexo, só. Nunca se passará na cabeça de um psicólogo que existe um homem que gostaria de ter buceta, que nunca transou e que não gosta de gays.