A playlist do Odeio Ser Gay…

Uma coisa boa quando não se tem sucesso na vida afetiva é a inspiração musical que ganhamos, por isso eu quero mostrar aqui algumas músicas que marcaram momentos de solidão, triste e devaneios da minha cabeça. Cada uma delas foram fundo para situações em minha vida, situações de um sofrimento gostoso e um grande pessimismo.

Madonna – Spanish Eyes

Uma das mais velhas que eu comecei ouvindo em K7 quando eu era muito novo e já sofria por paixão, eu sempre ouvia, uma música muito densa e profunda para uma criança gostar, eu já sofria enormenente de paixão por um japonês , era o Torra, o cara que fazia o Jiraya! Eu pedia para o demônio aparecer pra mim em sonho no formato do Torra a noite, pedia que sempre que isso fosse ocorrer, que essa música tocasse. Ela tocava de madruaga na Antena Um e eu forçava sonhar com meu amado… Até hoje, mil anos depois eu ainda escuto essa música como se fosse um hino da minha miséria afetiva total.
Melhor momento: minuto 4:13 e 4:35

Roxette – You Don’t Understand Me

Essa música marcava as voltas das minhas viagens que eu fazia sozinho a Peruíbe , eu ia pro litorial sozinho feito um grão de areia no vento. Passava o dia todo no litoral, pegava o ônibus na rodoviaria no final da tarde e voltava sozinho , na estrada a noite começava a cair e eu ficava olhando as estrelas bem nítidas num céu preto e triste. Via casais na praia, via gente rica, gente com uma vida boa e eu voltava de ônibus, sozinho olhando pro céu, sem ninguém e pensando na vida com MP3 tocando essa música nos meus ouvidos. Essa música me lembra as noites nas estradas do litoral que eu passei subindo a serra e voltando pra SP.
Melhor momento: minuto 2:29 e 3:42

George Michael – Praying For Time

Uma história muito interessante. Essa música me dedurava, eu estava no meio dos adultos e sempre que ouvia, ficava aéreo, era uma música muito densa para alguém muito novo estar ouvindo à toa. Na época eu gostava do Hélio, um menino muito carismático da minha escola, eu voltava seis horas da tarde, caia na cama e ficava pensando nesse menino o dia todo. A gente não se dava bem mas sei lá, eu gostava dele demais. Na época não existia internet e eu não sabia o nome dessa música, eu queria saber desesperadamente quem a cantava nas rádios, era muito raro tocá-la e quando tocava geralmente era no final da tarde. Eu queria muito saber quem a cantava e o seu nome mas não consegui. Passaram-se 40 anos e eu já havia desistido de saber quem a cantava e qual era seu nome. Eu até tentava cantar pras pessoas saber, mas eu não canto bem. Foi então que eu estava num avião indo para a Alemanha por estar apaixonado pelo jogador André Schürlle, quando estavamos sobrevoando o oceano quase já chegando na África, decidi ouvir uma play list do avião e para o meu espanto, depois de 40 anos procurando essa música, ela estava tocando ali, quase chorei! Eu já não era mais uma criança mas ainda estava apaixonado, por um outro cara que também não me queria. Foi mágico! Quando ficava a noite nos hoteis de Berlin eu só ficava ouvindo essa música que marcou minha pré adolescência no Brasil. Eu agora estava apaixonado por um alemão chamado André, não era mais o Hélio. O que eles tinham em comum? Nada, bom, pra não dizer nada, tinham sim, o signo de escorpião e o encano que causavam nas mulheres.

Erika – I Don’t Know

Nessa época eu gostava de um cara chamado Alex, ele me dava confiança e eu o achava bonito, ele era sobrinho do meu patrão. Um dia depois de muitas idas e vindas decedi bestamente me declarar a ele, isso lá em 2006, ele me disse que só me queria como amigo! Aquilo me feriu profundamente! Bati o portão e peguei o primeiro ônibus em direção a minha casa que eu achei! Nesse ônibus quando estava entrando na Vila Olímpia e Itaim Bibi sentido jardins eu comecei a ouvir essa música enquanto chorava disfarçado. Aquele bairro, aqueles prédios de vidro bonitos, aqueles carros caros, aqueles bares sofisticados, quem conhece o Itaim Bibi sabe do que eu estou falando, tudo isso me fez lembrar que as coisas bonitas que tanto valorizamos e não podemos ter são como facadas em nosso peito! Essas coisas nos fazem sofrer demais! Então sempre que ouço essa música eu me lembro do ônibus JD Vaz de Lima passando pela Vila Olímpia em meio às Ferraris e prédios lindos comigo dentro chorando.
Melhor momento: minuto 1:14

Scorpions – Wind Of Change

Essa música ainda era da época que eu gostava do Hélio, o menino mais carismático que eu conheci na escola na minha pré adolescencia. Eu gostava tanto desse menino que uma vez de noite tentei ir na casa dele com alguns amigos em comum , mas como ele morava nas av. do estado que pra mim na época era o máximo por ele morar lá, fiquei com medo pois o lugar até hoje é muito estranho a noite.
Essa música também foi num momento muito podre na minha vida, foi quando um cara que vivia me humilhando e que era um ano mais velho que eu fez sexo com a minha mãe em casa… Podre!

Madonna – Till Death Do Us Part

Essa música tocava no meu walkman quando eu estava apaixonado pelo albino lá do Mackenzie, aquele que me deu o primeiro fora amoroso na vida! Essa música me lembrava quando eu e ele as vezes pegávamos ônibus diferentes da mesma linha(Pompeia 7272) para sair do Mackenzie da Consolação rumo à Vila Olimpia. As vezes os ônibus faziam uma espécie de racha entre eles e eu gostava, eu escutava essa música e quando via alguém muito claro no outro ônibus, não tinha como errar, era o cara que eu gostava e que havia apelidado de “Sol do Mackenzie”, mesmo eu gostando dele a rivalidade não deixava de existir, quando o meu ônibus chegava na Consolação com a av. Paulista para pegar a dr. Arnaldo, o meu ônibus na maioria das vezes fechava o dele e passava na frente! O racha entre os dois Pompeia ficava melhor e mais agressivo quando chegávamos no final do cemitério do Araça para pegar o túneo de acesso à Heitor Penteado, meu ônibus deixava o dele passar e pasava de novo na frente dele, os roncos dos motores e a velocidade me deixava louco, parecia que era eu que acelerava, eu sempre olhava pra ele sem ele saber, mas ele também me olhava em alguns momentos, esse trecho é onde hoje é o metrô Sumaré, essa época é tão antiga que o metrô nem existia ali ainda. Depois que eu descia do ônibus, passava a sentir saudades daquele rapaz. Que coisa!
Melhor momento: minuto 1.57 e 3:10(tema das ultrapassagens)

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